terça-feira, 24 de maio de 2016

Fechamento de espaços de extrações

UAU!!
Meu post de hoje começa com uma exclamação, característica de uma situação de espanto, que pode ser para o bem ou para o mal...Como professor, estamos sempre na busca das deficiências que os alunos apresentam para que possamos atingir nossos objetivos, que é acrescentar algo à vida profissional ou pessoal de alguém, ensinando o correto. Esse ano constatei, acho que demorei para constatar, talvez eu tenha falhado no meu “feeling”, o porque de existir ainda tanto medo quando se fala em EXTRAÇÕES em Ortodontia. Eu sempre achei que o medo estava ligado às modificações do perfil, o receio de que determinado procedimento pudesse causar alterações indesejáveis à face do paciente, no entanto, em um recente grupo de estudo, meus alunos me ensinaram algo. Tentando mostrar à eles que as extrações, quando corretamente indicadas, traziam uma série de benefícios à face, função e oclusão, percebi um certo silêncio na sala, um mal estar, pois eu estava insistindo naquele assunto, perguntando se eles não viam a obviedade de tudo aquilo. Foi quando uma aluna tomou coragem e transmitiu para mim o significado daquele silêncio: Professor, nós já entendemos tudo isso, o problema é que nós não sabemos (conseguimos) fechar adequadamente os espaços de extrações. UAU! Como eu não percebi isso antes?
Essa questão nos remete aos primórdios da Especialidade. Segundo disse Thomas Graber, no Congresso da Filadélfia (AAO), Angle deixou de fazer extrações em seus pacientes porque extraiu 4 pés em sua esposa e não conseguiu fechar os espaços….a ortodontia só voltaria a fazer extrações sistemáticas a partir da década de 30, quando Charles Tweed idealizou uma mecânica eficaz para o fechamento. Houve excessos sim, mas isso foi há 80 anos. Não poderia estar acontecendo nesse momento!! Por que isso agora?
Eu tenho algumas pistas:
1 - Cada vez mais existe o desejo de vender o fácil e rápido para profissionais e pacientes (e extrações não são rápidas nem fáceis).
2 - Existe hoje uma visão estética alinhadora da Ortodontia, que só leva em consideração dentes alinhados, sem se preocupar com função, face e etc….
Quando se começa na especialidade com essa visão, não existe progressão de resultados, pois a Ortodontia envolve casos com e sem extrações, distalizações, mesializações, casos cirúrgicos, casos orto-pério e mutilados. 
RESULTADOS DAS LIMITAÇÕES MECÂNICAS:
Lábios que não se tocam,
Perfis indesejados,
Espaços que não se fecham,
Pacientes insatisfeitos,
Profissionais frustrados.
Eu quero com esse texto expressar minha surpresa com minha constatação, e incentivar àqueles que não se contentam com pouco, a buscar soluções, a melhorar a prática e conquistar a tão sonhada SEGURANÇA. Não adaptem os seus resultados às suas limitações, buscando respaldo no fácil e rápido, pelo contrário, ultrapasse os seus limites, atinja resultados espetaculares e saiba que você fez o melhor que existe dentro da especialidade. QUALQUER ESPAÇO DE EXTRAÇÃO É PASSÍVEL DE SER FECHADO (do ponto de vista mecânico e biológico), exceto se existe anquilose.
Não, eu não sou dono da verdade, TENHO MUITAS LIMITAÇÕES, mas as reconheço, brigo com elas e com o tempo as elimino. A briga é feia, o embate suga a energia, mas se você já chegou na frente em alguma prova, sabe do prazer ao qual estou me referindo.
Coloque em suas metas “ultrapassar os meus limites” e que a Força esteja com você!

quarta-feira, 18 de maio de 2016

CARTA ABERTA AOS PACIENTES DE ORTODONTIA – ATUAIS E FUTUROS

CARTA ABERTA AOS PACIENTES DE ORTODONTIA – ATUAIS E FUTUROS
Meus amigos, quero falar algo sobre a especialidade de Ortodontia e gostaria de antes de tudo fazer uma analogia entre o ortodontista e o eletricista.
Geralmente, contratamos um eletricista para fazer a parte elétrica de nossas casas ou escritórios, locais importantes, pois passamos a maior parte do tempo neles. Pergunta: Como você escolhe um eletricista? Você procura aquele que alardeia que tem uma chave de fenda nova, e que por isso irá acabar mais rápido, ou você escolhe aquele que alguém indicou e disse que faz um bom trabalho? Todo mundo procura nessas horas um profissional que tenha um histórico, pois sabemos que um trabalho mal feito nos custará tempo e dinheiro, geralmente muito mais do que já se gastou. Como construção é algo comum, pois todo mundo uma hora ou outra se depara com esse desafio, as pessoas já estão mais preparadas e atentas na escolha do profissional e sabem que existem vários tipos de chave de fenda, mas a única coisa que verdadeiramente importa é saber quais são os parafusos certos que devem ser colocados ou apertados!
Vamos para o nosso mundo. Você decidiu que quer corrigir os seus dentes, por motivos estéticos ou mesmo desconforto quando mastiga. Obviamente você vai procurar um ortodontista. Você vai procurar alguém que alardeia que tem um aparelho mágico que corrige os dentes rapidamente, que tem um bráquete transparente que não aparece, que tem um preço irrisório ou vai procurar uma indicação de alguém que já tratou e teve uma boa experiência? Se o seu critério é preço, tipo de aparelho e rapidez, sua chance de se dar mal é grande. Vou dar a você uma opinião de especialista, usando um formato de perguntas e respostas e espero ajudá-lo nas suas escolhas:
1) Existe um tipo de aparelho que faz os dentes se movimentarem mais rápido?
Não, não existe, assim como não existe um shampoo que faz os seus cabelos crescerem mais rápido. O movimento dentário é ditado pela biologia e pode sofrer interferência do tamanho de suas raízes, densidade do osso e mecânica aplicada à eles.
2) Qual é o tempo médio para um tratamento Ortodôntico?
Isso depende muito, mas vamos simplificar. Em um tratamento que não exige extrações o tempo varia de 18 à 30 meses. Com extrações, pode variar de 24 à 36 meses. Alguns tipos de tratamento podem ser ainda mais demorados, como por exemplo, os dentes não apareceram ainda na boca e precisam ser tracionados. Casos muito complexos podem durar até 48 meses. Tudo isso é uma média, e independe do tipo de aparelho que se usa.
3) Você gostou de uma propaganda que diz que com determinada técnica não são necessárias extrações. Isso é melhor, o profissional tem um conhecimento diferencial?
Não, isso é uma grande bobagem. Um tratamento pode ou deve ter extrações e isso é avaliado pelas posições dentárias que você apresenta e também como estão os seus lábios. Se você não consegue fechar a boca e procura um tratamento sem extrações, é provável que a boca fique ainda mais aberta. Mas isso é uma generalização para exemplo, vários fatores são avaliados para se decidir ou não por extrações. Se for necessário, faça sem medo, os espaços serão fechados.
4) Algum tipo de aparelho é melhor que o outro?
Não, aparelhos são todos semelhantes, e são exatamente como a chave de fenda na mão do eletricista, se ele não souber quais parafusos devem ser ajustados, tanto faz se a chave dele é de ouro ou de prata. Quem faz um tratamento ser bom ou ruim é o profissional, NUNCA é o aparelho. O preço que se cobra em um tratamento corresponde ao conhecimento do profissional e as horas dedicadas ao seu aperfeiçoamento. Um cirurgião plástico dá o seu preço pelo bisturi que usa ou por saber onde cortar e suturar? Pense nisso.
O melhor aparelho e mais eficaz ainda é o de metal, que aparece muito, no entanto já existem bráquetes estéticos que apresentam bons resultados e são usados com frequência.
A boca é sua fonte primária de prazer, com ela você come, bebe, fala, beija, e sorri. Dê atenção à ela, invista nela, vale muito mais que um telefone ou uma bolsa e roupa da moda. Usar aparelho não é agradável, assim como não é agradável usar gesso após uma fratura, no entanto tenha em mente o resultado, o prazer de ter dentes bonitos, apresentáveis e com uma mastigação confortável. Não fique comparando tempo de tratamento dos seus amigos, pois uma boca nunca é igual à outra. Você pode ir a um dermatologista que tratou do seu amigo um problema em 2 semanas e o seu tratamento com o mesmo profissional demora 3 meses. Mas são problemas diferentes, bactérias, fungos diferentes....Pense nisso e pare de procurar fórmulas mágicas, rápidas e lindas. Ao procurar um mágico, há uma grande chance de encontrar um bruxo. Se informe, encare o tratamento com seriedade e procure observar a progressão do tratamento todos os meses. Espero tê-lo ajudado. Bom tratamento e um grande abraço de um profissional obcecado pelos resultados, mesmo que o caminho seja difícil.

Minha Definição

Queria ser artista....não fui
Queria ser engenheiro...não fui
Queria ser terapeuta...não fui
Queria ser fotógrafo...não fui
Me tornei Ortodontista e pude ser tudo que eu queria!

Inspiração

"INSPIRAÇÃO" - Talvez essa seja a palavra que eu mais gosto e valorizo, por isso, estou sempre buscando. No nosso dia a dia muitas vezes me pergunto por que estou buscando isso ou aquilo, por que essa inquietação que não cessa....Hoje eu encontrei uma resposta que gostei, de uma pessoa que admiro muito. Deem uma olhada, é rápido e vale muito a pena: 

MANIFESTO AOS JOVENS DENTISTAS E QUALQUER OUTRA PROFISSÃO

MANIFESTO AOS JOVENS DENTISTAS E QUALQUER OUTRA PROFISSÃO (ESPERO QUE CHEGUE ATÉ VOCÊ). Se vc está com pressa, vá em frente, não perca o seu tempo aqui, pois provavelmente não escrevi para você.
Meus amigos, resolvi escrever esse post devido ao clima presente em nosso país, por acompanhar o desenvolvimento dos jovens (filhos e alunos) e por acreditar que o certo é sempre certo e sempre recompensado.
Ok, você está estudando, em breve se formará (na faculdade, no mestrado , na especialização) e como muitos outros, sonha com a sua independência financeira. Ótimo, eu também sempre pensei assim, no entanto quero lhes fazer uma ressalva:
1 - Ela demora um pouco para acontecer - Sim, você está entrando em um mercado de trabalho competitivo, e não vai sair faturando da noite para o dia. Isso é bom, pois tudo que é muito fácil, não tem valor.
2 - Invista no conhecimento, é o único bem duradouro e crescente - não siga a onda dos que parecem que estão se dando bem, entrando em qualquer mercado e fazendo de tudo a qualquer preço. Esse ganho imediato é que nem mentira (tem perna curta) e o crescimento logo logo ficará estagnado. I
3 - Aprenda o certo e faça SEMPRE o certo. Esse será o seu cartão de visitas a longo prazo e o ganho é lento e crescente. Não se apoie em muletas psicológicas como: ah, pelo preço que pagou, tá muito bom! (não se esqueça, foi vc que deu o preço). O paciente (cliente) é muito chato e exigente. (opa, esse será seu melhor indicador, pois é crítico). Ele falou que a queixa era só isso, e vc faz só aquilo mesmo que seu conhecimento lhe mostra que deve fazer muito mais. Sim, é cansativo, às vezes, mas é recompensador, acredite!
4 - Em Odontologia, o erro demora a mostrar os seus efeitos portanto, não acredite, ao sair da linha, que não há consequências. Sim, há, elas demoram mas chegam, e podem ser devastadoras para a sua reputação. O canal mal tratado, a coroa mal adaptada, a profilaxia mal feita, a Ortodontia somente para alinhamento, a restauração com infiltração….TUDO pode ser evitado, fazendo-se com paixão e consciência. Esse paciente terá que retratar, muitas vezes com outro, pois não acredita mais no seu trabalho….e você começa a brigar por preço, pois a sua qualidade não terá valor….
5 - Estudo, empenho, paixão e honestidade sempre triunfam, ACREDITE NISSO SEMPRE!
6 - Invista em VOCÊ - O sucesso acontece durante à noite e nos feriados, pois durante o dia, todos fazemos a mesma coisa: TRABALHAMOS! Não fique triste por deixar de ir à uma festa, por não estar no bar sempre com os amigos, por parecer que não está curtindo naquele momento….acredite, vc está investindo e fará muito disso e com mais tranquilidade, mais prá frente.

Qualidade das fotos dos Centros de Documentação

Serviço de Utilidade Pública - Colabore, depois reclame ou até devolva....
Meus amigos, documentação ortodôntica é um assunto sério. Tenho comentado em aulas e muitas vezes temos dificuldades para opinar sobre um caso devido à qualidade da documentação, principalmente no que se refere aos lábios em repouso. Quando comento sobre isso os colegas logo jogam a culpa nos Centros de Documentação, o que não deixa de ser verdade, mas a minha pergunta é: o que vc fez ou faz para que isso melhore? Eu moro em Bauru, que é um centro de excelência em Odontologia, e mesmo assim tive que ir conversar com os colaboradores para explicar o que eu quero e porque eu quero....imagino o colega em uma cidade menor, distante dos grandes centros, onde um empreendedor se arrisca a montar um Centro de documentação....antes de malhar, colabore!! Vou aqui dar algumas dicas sobre alguns aspectos que já abordei com os Centros e se vc fizer o mesmo, vai se surpreender com os resultados:
1 - Fotos frontais - Lábios em repouso, sem forçar para fechar (geralmente o fotografo diz: feche a boca. Tá errado). Aqui observamos se o paciente tem secamente passivo, se apresenta anatomia de lábio curto e podemos analisar as consequências do tratamento no final.
2 - Foto de perfil - Cabeça ereta, lábios em repouso - Uma das principais fotos, pois por meio dela podemos analisar a possibilidade de movimentação dos lábios para fora ou para dentro. É disso que se trata a ortodontia afinal!! Quando não existe selamento e o paciente força para fechar, o lábio superior afina e se aproxima do ponto subnasal, mascarando possíveis alternativas de tratamento. A telerradiografia tem que ser realizada com os mesmos princípios.
3 - Sorriso - Tem que ser espontâneo ou posado - Nessa foto analisamos a linha média superior e a curva do sorriso. Explique isso ao fotógrafo, faça ele entender o porque! Ele não sabe!
Isso é um pouco, já acrescenta bastante. Muita coisa do que aprendi foi comparando as fotos iniciais e finais dos meus tratamentos. Se as fotos estivessem ruins, teria perdido informações preciosas.
Vou lhes contar uma história recente: na industria de alicates ortodônticos, frequentemente nos deparamos com alicates deficientes, que não cumprem suas funções. Um exemplo disso é o alicate "V Bend". De cada 10 que eu testava ,1 prestava. Pois um fabricante ficou encucado e pediu para que eu visitasse a sua fábrica. Na linha de montagem do V Bend, achamos a resposta: os funcionários e os fabricantes não sabiam para que servia o alicate, achavam que bastava fazer um V no fio. Depois que expliquei que devia fazer um V, mas necessitava continuar o fio plano, as coisas mudaram.....É isso, nós somos os agentes de mudança. Se você não explicar o que quer, jamais vai ter o que queria!
Be happy




Fotos produzidas em Odontologia

Intrigante. Não sei se devia, mas vou falar....
Ultimamente a fotografia profissional está na moda. Existem inúmeros artifícios que podem melhorar uma foto, desde um bom equipamento até aplicativos, maquiagens e etc...Não tenho nada contra e muito a favor, pois a beleza agrada aos olhos,. Existem colegas fazendo um trabalho técnico excepcional como o Marcelo A. Calamita, o Dickson Fonseca e outros, no entanto me sinto incomodado quando, ao assistir cursos e palestras dirigidas ao público ortodôntico, vejo comparações de antes e depois completamente fora de contexto. Geralmente tem-se uma foto inicial de frente, perfil e sorrindo, feita na consulta inicial ou pelo centro de documentação, o paciente no seu dia-a-dia, saiu do supermercado e foi ao consultório. Nada mais real e normal. Após o tratamento os efeitos no sorriso e na face são comparadas com uma foto de estúdio, com o/a paciente completamente maquiado/a, em ângulos estudados cabelos e pele produzidos, brilho nos olhos e etc...Cá entre nós, qual é o foco do resultado? Como comparar o efeito de uma janela nova colocada em uma casa velha e outra em uma casa nova? A janela faz tanta diferença ou é o entorno? Será que o olhar pode ser enganado? Eu acho que deveriam haver diretrizes: Produção e estúdio ok, mas nas fotos iniciais e finais, ou sem produção nenhuma antes e depois e, para finalizar, umas fotos de estúdio para dar um brilho extra, aí sim entrariam as fotos produzidas. Acho que do ponto de vista técnico, apropriado à especialidade, ficariam mais reais os efeitos obtidos única e exclusivamente pelo tratamento. Sei lá, é minha opinião. Como sempre posso estar errado....mas também posso estar certo. Um grande abraço a todos e que a FORÇA esteja presente em vossos corações!
PS - Veja a foto abaixo. Note como o portão novo muda o visual da casa....Entendeu?


“Comece sabendo onde vai chegar”


Meus amigos, nada é mais importante em ortodontia do que iniciarmos um tratamento sabendo exatamente onde queremos chegar. Isso é a essência do bom resultado, e aquilo que lhe permite avaliar o andamento de um caso no meio do tratamento. Essa frase está relacionada com todos os aspectos da nossa especialidade, desde a previsão do assentamento dos tecidos moles, posição dentária até possíveis efeitos colaterais. Hoje eu quero contribuir com uma informação que é de grande valia para mim, e pode ser para você também: A “Regra dos pré-molares”.
Essa regra permite que você saibapresicamente, assim que realiza o seu planejamento, a posição final dos seus dentes, ou seja, o relacionamento dos superiores com os inferiores. Ela é extremamente precisa, e SEMPRE correta. São 3 regras:
1 – Sempre que o número de pré-molares superiores for igual ao número de pré-molares inferiores, a relação dos molares será de Classe I. (fotos 1,2)
2 - Sempre que houver uma relação de 1 pré-molar superior contra dois pré-molares inferiores, a relação dos molares será de Classe II. (foto 3)
3 - Sempre que houver uma relação de 2 pré-molares superiores contra um pré-molar inferior, a relação dos molares será de Classe III. (fotos 4)
Ok, mas porque essa informação é importante? Por vários motivos:
1 – Ao saber exatamente a posição final dos molares, você pode planejar a ancoragem, controlar e intervir na ancoragem de casos com extrações, quando se percebe que a relação está errada ou tomando um rumo indesejado e bolar estratégias mecânicas para atingir esse posicionamento quando não foram planejadas extrações.
2 – Em casos cirúrgicos, onde é comum a extração dos terceiros molares pré cirurgia, esse fato deve ser bem pensado, pois no caso de se planejar somente extrações inferiores (para um avanço mandibular, por exemplo) ter-se-á ao final uma relação final de classe III nos molares, o que preconiza a presença do terceiro molar inferior para ocluir com o segundo molar superior (Foto 4).
3 – Com o advento da ancoragem esquelética, a opção de se fechar os espaços de agenesias dentárias com a mesialização dos posteriores é uma realidade, só que os terceiros molares novamente têm que ser colocados na equação. Se mesializarmos os posteriores de um paciente com agenesias de pré-molares inferiores, devemos avaliar primeiro se há a presença do germe do terceiro molar, pois do contrário, estaríamos condenando o segundo molar superior a fica sem o antagonista (foto 5).
É isso, uso sempre essa regra e me ajuda em demasia….não se esqueça, se você sair para viajar, saiba onde quer chegar, senão você corre o risco de ficar perdido pelo caminho. Qualquer semelhança com o dia-a-dia da clínica não é mera coincidência!
Um grande abraço, e que a força esteja com você.


Insights do Congresso Americano - AAO 2016

Olá meus amigos, acabo de voltar do Congresso Americano e quero compartilhar com vocês o que vi. O Congresso ocorreu em Orlando, cidade boa para passear e também para estudar, pois o Centro de Convenções é maravilhoso...Vamos por partes:
Novidades:
- Tratamento mais rápido 1 - Novidade não quer dizer que seja boa e sim, simplesmente que é uma novidade. O maior barulho estava sendo feito por um aparelhinho chamado Acceledent, o qual o paciente compra e, durante 20 minutos ao dia põe entre os dentes para vibrar....os fabricantes falam maravilhas, o tratamento vai ser fast, no entanto, nos trabalhos mostrados nada muito promissor, pouquíssimos resultados, na minha humilde opinião, mais uma toalha para enxugar gelo.
- Tratamento mais rápido 2 - Esses nós já conhecíamos, a corticotomia e a osteoperfuração. Esses procedimentos realmente aumentam o metabolismo ósseo na região, favorecendo a movimentação dentária, no entanto, essa modificação dura só 3 meses, ou seja, se vc quiser que a velocidade continue, terá que continuar perfurando a região desejada todos os meses, como falou o precursor da técnica, Dr. Mali Alikhani, que até desenvolveu um perfurador para o procedimento e estava lá, à venda, é claro.
- Protocolos de tratamento - não vi nenhuma mudança em protocolos de tratamento, em nenhum tipo de má oclusão, mas ótimas idéias de tratamentos com mini-implantes. Por um lado isso é bom, pois significa que continuamos trilhando os caminhos já comprovados e eficazes.
- Evidências científicas - Nesse quesito gostei muito da palestra do Dr. Peter Miles, sobre evidências nos tratamentos de Classe II e ele desmoronou, com diversos trabalhos, os mitos à respeito de crescimento diferencial de mandíbula por meio de aparelhos ortopédicos funcionais ou fixos, o uso da idade óssea vertebral para distinguir a melhor fase de tratamento, a diferença em se tratar o paciente mais jovem ou mais tarde no que se refere ao crescimento final da mandíbula (não há diferença), pois essencialmente os movimentos ocasionados por esses aparelhos são dentoalveolares e as modificações esqueléticas às vezes provocadas, não se sustentam ao longo do tempo. Outra teoria que ele abordou, e essa eu gostei muito, pois sempre fui crítico à ela, é a Foot > Shoe, segundo a qual, após a expansão da maxila a mandíbula tem uma auto correção da classe II. Não passa de um novo relacionamento da MIH que busca o contato dos dentes que estão mais abertos.
- O Brasil estava bem representado por vários colegas, infelizmente só pude assistir dois deles, o Dr Nelson Mucha e Jorge Faber, ambos fizeram um palestra bastante clínica sobre Tratamentos de Classe III em adultos e Mesialização de molares com mini-placas. Excelente trabalho e deixo aqui os meus parabéns.
- Show man - Não posso deixar de relatar que hoje, como show man, o Dr Chris Chang está à frente de todos. Carismático, com domínio total do placo, clínico, excelentes casos tratados e muito bem humorado. Excelente!!
- Milagres - O departamento de milagres eu deixo por conta do que vi em relação ao tratamento com Invisalign. Um caso de mordida aberta que, segundo o autor, levou 3 meses!!! Hummmmmmm....
- Por fim, o Dr Lysle Johnston fez uma crítica contumaz à ortodontia atual, refém da industria, e falta de incentivo para a pesquisa e manutenção de professores nas Universidades Americanas. Fez questão de frisar que a geração atual surfa nas ondas provocadas por um passado de muito estudo da ortodontia, fazendo referência a reportagem que descreveu O Ortodontista como sendo aquele que tem o melhor emprego dos EUA, com ótimos ganhos, pouco stress e um dia-a-dia maravilhoso. Achei muito coerente e isso serve em escala mundial, embora nos EUA o problema seja maior. Em relação à isso, que realmente me tocou, deixo aqui uma frase para reflexão: “Pai rico, filho nobre, neto pobre.” Isso também serve para o conhecimento!
Devo ter esquecido algumas coisas e outras eu não vi, por isso não posso falar. 

Girando um molar

Quer girar um molar? Rápido ou lento? Simples ou complexo? Previsível ou duvidoso? Você é quem escolhe. Abaixo um exemplo rápido, simples e previsível.
Ah, mas e se não tiver espaço para os mini - implantes? Faça de outro jeito....existem vários!!
Be happy e that the force be with you.
Um abraço e boa semana.

Poema ortodôntico

E aí, chegou agora?
Olhou no espelho, sorriu
e deu vontade de ir embora?
Não, por favor, não chore,
Vou te fazer feliz agora.
O que a gente faz é ortodontia,
Colocamos tudo no lugar,
Leva tempo,
Mas garanto que vai gostar!
Lidamos com vários tipos de problemas,
Classe I, Classe II e Classe III,
o que é, vou contar para vocês.
Na Classe II os de cima estão à frente,
Na classe III, é diferente,
Os de baixo estão à frente.
Na Classe I estão normais,
Mas nem por isso estão bem…
Podem ter problemas também!
Quanta classe, que complicado….
Será que você está classificado?
Não ligue não, você não precisa saber isso,
Procurar um bom profissional é o seu compromisso.
Fale com seus amigos e conhecidos,
vá em alguém ao qual foi indicado,
Não procure preço nem luxo,
Pois você pode sair prejudicado!
Vou acabando o meu repente,
Embora minha vontade de escrever esteja latente,
Da próxima vez que olhar no espelho,
Quero lhe ver contente!


Sinalizações erradas...

Uma sinalização errada dá margem para muitos erros. Essa foto à esquerda é do banheiro do aeroporto de Viracopos. Veja que a foto do homem está para a direita, o que leva a crer que essa porta é dos homens....mas não é! Veja a mulher no canto à direita, na outra parede. Mas todo homem entra, inclusive eu errei. O mesmo acontece com a sinalização dos acessórios ortodônticos, na foto o tubo simples fechado é indicado para primeiro e segundos molares. Tá errado! Tubo fechado é para extremidade do arco, ou seja, segundos ou terceiros molares. Para primeiros, tubos conversíveis, pois pode virar braquete e facilitar a instalação dos fios até segundos e terceiros molares. 😜
Fé , Força e dedicação. 🙏