quarta-feira, 18 de maio de 2016

“Comece sabendo onde vai chegar”


Meus amigos, nada é mais importante em ortodontia do que iniciarmos um tratamento sabendo exatamente onde queremos chegar. Isso é a essência do bom resultado, e aquilo que lhe permite avaliar o andamento de um caso no meio do tratamento. Essa frase está relacionada com todos os aspectos da nossa especialidade, desde a previsão do assentamento dos tecidos moles, posição dentária até possíveis efeitos colaterais. Hoje eu quero contribuir com uma informação que é de grande valia para mim, e pode ser para você também: A “Regra dos pré-molares”.
Essa regra permite que você saibapresicamente, assim que realiza o seu planejamento, a posição final dos seus dentes, ou seja, o relacionamento dos superiores com os inferiores. Ela é extremamente precisa, e SEMPRE correta. São 3 regras:
1 – Sempre que o número de pré-molares superiores for igual ao número de pré-molares inferiores, a relação dos molares será de Classe I. (fotos 1,2)
2 - Sempre que houver uma relação de 1 pré-molar superior contra dois pré-molares inferiores, a relação dos molares será de Classe II. (foto 3)
3 - Sempre que houver uma relação de 2 pré-molares superiores contra um pré-molar inferior, a relação dos molares será de Classe III. (fotos 4)
Ok, mas porque essa informação é importante? Por vários motivos:
1 – Ao saber exatamente a posição final dos molares, você pode planejar a ancoragem, controlar e intervir na ancoragem de casos com extrações, quando se percebe que a relação está errada ou tomando um rumo indesejado e bolar estratégias mecânicas para atingir esse posicionamento quando não foram planejadas extrações.
2 – Em casos cirúrgicos, onde é comum a extração dos terceiros molares pré cirurgia, esse fato deve ser bem pensado, pois no caso de se planejar somente extrações inferiores (para um avanço mandibular, por exemplo) ter-se-á ao final uma relação final de classe III nos molares, o que preconiza a presença do terceiro molar inferior para ocluir com o segundo molar superior (Foto 4).
3 – Com o advento da ancoragem esquelética, a opção de se fechar os espaços de agenesias dentárias com a mesialização dos posteriores é uma realidade, só que os terceiros molares novamente têm que ser colocados na equação. Se mesializarmos os posteriores de um paciente com agenesias de pré-molares inferiores, devemos avaliar primeiro se há a presença do germe do terceiro molar, pois do contrário, estaríamos condenando o segundo molar superior a fica sem o antagonista (foto 5).
É isso, uso sempre essa regra e me ajuda em demasia….não se esqueça, se você sair para viajar, saiba onde quer chegar, senão você corre o risco de ficar perdido pelo caminho. Qualquer semelhança com o dia-a-dia da clínica não é mera coincidência!
Um grande abraço, e que a força esteja com você.


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