terça-feira, 24 de maio de 2016

Fechamento de espaços de extrações

UAU!!
Meu post de hoje começa com uma exclamação, característica de uma situação de espanto, que pode ser para o bem ou para o mal...Como professor, estamos sempre na busca das deficiências que os alunos apresentam para que possamos atingir nossos objetivos, que é acrescentar algo à vida profissional ou pessoal de alguém, ensinando o correto. Esse ano constatei, acho que demorei para constatar, talvez eu tenha falhado no meu “feeling”, o porque de existir ainda tanto medo quando se fala em EXTRAÇÕES em Ortodontia. Eu sempre achei que o medo estava ligado às modificações do perfil, o receio de que determinado procedimento pudesse causar alterações indesejáveis à face do paciente, no entanto, em um recente grupo de estudo, meus alunos me ensinaram algo. Tentando mostrar à eles que as extrações, quando corretamente indicadas, traziam uma série de benefícios à face, função e oclusão, percebi um certo silêncio na sala, um mal estar, pois eu estava insistindo naquele assunto, perguntando se eles não viam a obviedade de tudo aquilo. Foi quando uma aluna tomou coragem e transmitiu para mim o significado daquele silêncio: Professor, nós já entendemos tudo isso, o problema é que nós não sabemos (conseguimos) fechar adequadamente os espaços de extrações. UAU! Como eu não percebi isso antes?
Essa questão nos remete aos primórdios da Especialidade. Segundo disse Thomas Graber, no Congresso da Filadélfia (AAO), Angle deixou de fazer extrações em seus pacientes porque extraiu 4 pés em sua esposa e não conseguiu fechar os espaços….a ortodontia só voltaria a fazer extrações sistemáticas a partir da década de 30, quando Charles Tweed idealizou uma mecânica eficaz para o fechamento. Houve excessos sim, mas isso foi há 80 anos. Não poderia estar acontecendo nesse momento!! Por que isso agora?
Eu tenho algumas pistas:
1 - Cada vez mais existe o desejo de vender o fácil e rápido para profissionais e pacientes (e extrações não são rápidas nem fáceis).
2 - Existe hoje uma visão estética alinhadora da Ortodontia, que só leva em consideração dentes alinhados, sem se preocupar com função, face e etc….
Quando se começa na especialidade com essa visão, não existe progressão de resultados, pois a Ortodontia envolve casos com e sem extrações, distalizações, mesializações, casos cirúrgicos, casos orto-pério e mutilados. 
RESULTADOS DAS LIMITAÇÕES MECÂNICAS:
Lábios que não se tocam,
Perfis indesejados,
Espaços que não se fecham,
Pacientes insatisfeitos,
Profissionais frustrados.
Eu quero com esse texto expressar minha surpresa com minha constatação, e incentivar àqueles que não se contentam com pouco, a buscar soluções, a melhorar a prática e conquistar a tão sonhada SEGURANÇA. Não adaptem os seus resultados às suas limitações, buscando respaldo no fácil e rápido, pelo contrário, ultrapasse os seus limites, atinja resultados espetaculares e saiba que você fez o melhor que existe dentro da especialidade. QUALQUER ESPAÇO DE EXTRAÇÃO É PASSÍVEL DE SER FECHADO (do ponto de vista mecânico e biológico), exceto se existe anquilose.
Não, eu não sou dono da verdade, TENHO MUITAS LIMITAÇÕES, mas as reconheço, brigo com elas e com o tempo as elimino. A briga é feia, o embate suga a energia, mas se você já chegou na frente em alguma prova, sabe do prazer ao qual estou me referindo.
Coloque em suas metas “ultrapassar os meus limites” e que a Força esteja com você!

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